Descrição da atração
Torcello é uma ilha pequena e agora pouco povoada no norte da lagoa veneziana, que, no entanto, foi o maior assentamento na área até o século XI. O primeiro povoado foi fundado em meados do século V pelos habitantes da cidade de Altino, que fugiram da invasão dos hunos. No século 7, um bispo apareceu aqui, e uma igreja foi construída para armazenar as relíquias do grande mártir Iliodoro, o atual padroeiro da ilha. Ao mesmo tempo, o comércio com Constantinopla começa, levando a um verdadeiro boom econômico em Torcello. No século 10, cerca de 10 mil habitantes viviam na ilha, que era várias vezes maior do que a população de Veneza. Graças à presença de sapais, as salinas locais tornaram-se a espinha dorsal da economia de Torcello e contribuíram para a transformação da ilha num importante porto de onde se realizava o comércio com Bizâncio. Mas o apogeu não durou muito - já no século XII o porto de Torcello assorou-se e transformou-se num pântano, que passou a chamar-se "lagoa morta" - uma lagoa morta. O transporte marítimo diminuiu, o comércio parou e os habitantes locais mudaram-se para Veneza e Murano. Prédios residenciais, doze igrejas e dezesseis claustros logo foram desmontados para a construção de palácios venezianos, e nenhum vestígio do antigo poder de Torcello permaneceu. Hoje, essa pequena ilha abriga apenas cerca de 60 pessoas que pescam.
Da cidade medieval até os dias atuais, apenas quatro edifícios sobreviveram que atraem a atenção dos turistas. Trata-se de dois pequenos palácios-palazzo do século XIV - Palazzo del Arcivio e Palazzo del Consiglio, que hoje abrigam coleções de museus, a igreja românica de Santa Fosca do século XII com um pórtico em forma de cruz grega e a Catedral de Santa Maria Assunta, erguida em meados do século VII e reconstruída no século XI. A catedral é notável por seu batistério do século 11 e uma série de mosaicos bizantinos do século 12 que são considerados os melhores do norte da Itália. Outra atração de Torcello é a cadeira de pedra antiga conhecida como o Trono de Átila - na verdade, não tem nada a ver com o poderoso rei dos hunos, mas provavelmente pertencia ao bispo local ou podesta. Por fim, o turista não ignora a chamada Ponte do Diabo - Ponte del Diavolo.